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Um total de 220 votos a favor, seis contra e 23 abstenções. Este foi o resultado da audiência pública, realizada na noite desta segunda-feira (02/10), para debater o projeto de instalação de uma unidade Sesc em Mogi das Cruzes. O Theatro Vasques, que tem capacidade para receber 300 pessoas, ficou praticamente lotado para esta, que foi mais uma etapa das consultas públicas realizadas na cidade a respeito do tema.
O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, participou da abertura da audiência e, em sua fala, reiterou que é favor de um Sesc para a cidade. “Sou o defensor número 1 de um Sesc em Mogi das Cruzes, pois entendo os benefícios que um equipamento como este traria à população da cidade. Logo, deixo aqui registrado mais uma vez meu posicionamento favorável, lembrando que as negociações estão ocorrendo de forma muito aberta a transparente”, destacou.
O secretário municipal de Cultura e coordenador municipal de Turismo, Mateus Sartori, conduziu a parte técnica da audiência pública e destacou os atributos e características de uma unidade Sesc. A nova unidade, conforme explanado por Sartori, teria um investimento aproximado de R$ 120 milhões na construção, mais R$ 60 milhões aplicados por ano em programação cultural, esportiva, social e turística. Os recursos, como ressaltado pelo secretário, partiriam inteiramente do Sesc, não da Prefeitura.
No discurso, ele lembrou que uma unidade Sesc geraria aproximadamente 300 empregos diretos e 200 indiretos, contribuindo, logo, para a economia local. E o local já definido pelo Sesc como mais adequado para receber o equipamento é a área onde hoje funciona o Centro Esportivo do Socorro. Para fazer a cessão do tereno, os departamentos jurídicos da Prefeitura, Câmara Municipal e Sesc estão em tratativas.
Sartori apresentou também um estudo de atendimento ao público, comparando o número de pessoas beneficiadas atualmente no Centro Esportivo do Socorro com quantos poderiam se beneficiar com um Sesc. São, atualmente, cerca de mil usuários/mês. Já com um Sesc ali implantado, a projeção é atender até 30 mil pessoas/mês.
A população presente abriu debate sobre vários assuntos e teve a oportunidade de colocar sua opinião sobre o tema. O arquiteto Paulo Pinhal, por exemplo, defendeu a importância de um Sesc para a cidade, lembrando que trata-se de um equipamento de transformação social.
Já Jair Pedrosa, que comanda, junto a Ribamar Junior, a página “Sesc em Mogi Já”, no Facebook, defendeu a relevância de um Sesc, lembrando que uma unidade da rede oferece mais de 50% de suas atividades gratuitamente, independentemente de o usuário ser ou não ligado à área do comércio. Falou também sobre a importância da localização escolhida para a unidade, por ser muito acessível e já atendida pelo sistema de transporte coletivo municipal.
Mário Berti, que também é presença constante nos debates sobre assuntos de interesse geral da cidade, lembrou que a cidade está se modernizando e o que Sesc dialoga com este universo. Pontuou ainda que atualmente uma cidadedesprovida de universidades, equipamentos de cultura e mobilidade está fadada à retração.
Já Silvio Marques fez sua defesa a partir de um relato pessoal, contando que já fez parte de grupos de teatro que circularam em vários teatros Sesc. Segundo ele, a experiência foi transformadora e garantiu um grande crescimento pessoal.
Jocimar Valuci de Figueiredo foi um dos poucos que se declarou contra um Sesc. Seu posicionamento, contudo, foi baseado em apenas um aspecto: a perda dos campos de futebol do Centro Esportivo do Socorro. A ele, foi explicado que a cidade dispõe de muitas outras quadras, campos e espaços esportivos de uma forma geral, como o Parque da Cidade, inaugurado há menos de um ano e também os diversos espaços feitos em Jundiapeba, como a Praça da Liberdade.
Sobre o questionamento do que vai acontecer com as pessoas que já fazem atividades no Centro Esportivo do Socorro, que é um dos mais recorrentes dentro de toda essa discussão, o próprio prefeito destacou que ninguém ficará desassistido. Muitas atividades hoje oferecidas no Centro Esportivo serão absorvidas pelo Sesc. Já as que não puderem ser absorvidas, serão transferidas para outro local. Nenhum serviço, logo, será suspenso ou paralisado.
A audiência pública foi mais uma etapa dos debates públicos que estão sendo realizados, no âmbito do programa Diálogo Aberto, sobre o assunto Sesc. Até o momento, nove reuniões já foram realizadas e todas tiveram votação favorável ao Sesc. Os encontros foram com os conselhos municipais de Turismo, da Cidade, de Assuntos da Pessoa com Deficiência, de Assistência Social, dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Promoção da Igualdade Racial. A Associação Mogicruzense de História, Artes e Letras (Amhal) também participou dos debates.
Na manhã desta terça-feira (03/10), uma nova consulta foi feita, junto à Câmara Técnica de Cultura e grupo de trabalho de Turismo Regional do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat). Mais uma vez, os integrantes se posicionaram a favor de um Sesc em Mogi.
O próximo encontro está marcado para este sábado (07/10), às 10h30, no Centro Cultural de Mogi das Cruzes, com o Conselho Municipal da Juventude. Já no dia 18 de outubro, às 8h30, haverá mais um, com o Conselho Municipal de Educação. Maia uma reunião está prevista para acontecer, porém ainda sem data e horário definidos, com representantes da rede hoteleira da cidade. (Lívia de Sá)