Municípios que integram a Rota do Sal se reúnem e discutem expansão da rota turística

Coordenadoria de Turismo

24 de maio de 2017
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Nesta terça-feira (23/05), representantes dos municípios de Mogi das Cruzes, Santo André, São Bernardo do Campo, Biritiba Mirim e Salesópolis se reuniram na cidade de Paranapiacaba para apresentar os resultados obtidos após três anos de lançamento da Rota Cicloturística o “Caminho do Sal”.

A rota, que remete históricamente ao avanço dos tropeiros para o interior do Brasil, apresenta até hoje muitos desafios na transposição da Serra do Mar e da Mata Atlântica. Muitas dessas rotas antigas ainda persistem às constantes mudanças da paisagem da região e, com mais de 300 anos, ainda mantêm viva a rica história colonial da região.

Conhecido como Zanzalá, o percurso, que ligava São Bernardo e Mogi das Cruzes, foi aberto em 1640 para transporte de sal, produto estratégico na época para sobrevivência dos povoamentos. Mais tarde, tropeiros passaram a utilizar o caminho para desviar dos impostos cobrados pelo comércio de pedras preciosas. Em 1722, o rei de Portugal ordenou a vedação do Caminho do Zanzalá, fato que contribuiu para que o trajeto fosse esquecido.

O Caminho do Sal, que atualmente interliga São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes, por meio de três partes denominadas Caminho de Zanzalá (com 16 quilômetros), Caminho dos Carvoeiros (com 10 quilômetros) e Caminho de Bento Ponteiro (com 27,5 quilômetros), é uma das rotas mais antigas do Brasil.

Com chão de terra, seu traçado revela lindas paisagens, assim como alguns pequenos riachos que o cortam durante todo o trajeto. É possível também observar animais típicos da região e parte da flora da Mata Atlântica que ainda resiste.

O balanço apresentado foi muito positivo, e segundo Leandro Wada, gerente de recursos naturais da vila de Paranapiaca, “o aumento do número de turistas e ciclistas desde a criação da rota Caminho do Sal foi bastante satisfatório e facilmente percebido nos finais de semana”.

O grupo, que até então era formado por três municípios, pode agregar, junto ao projeto de expansão da rota, as cidades de Biritiba Mirim e Salesópolis, já que as duas possuem rotas históricas também utilizadas no passado para desviar dos impostos cobrados pelo império. Os dois municípios já vêm trabalhando há alguns meses para a implantação de rotas turísticas direcionadas à ciclistas e pedestres. O convite, portanto, foi ao encontro dos objetivos traçados.

“A integração do Caminho do Sal a novos municípios é de vital importância para que a região se fortaleça e se torne mais atrativa ao turista", afirmou Jonne Cesar Ferrari, secretário de Turismo de Biritiba Mirim.

A rota, que tem início em São Bernardo na estrada Caminho do Mar, passando por Paranapiacaba em Santo André, Vila Taquarussu e, finalmente, Taiaçupeba, deverá ser extendida até a cidade de São Sebastião.

O grupo fará um levantamento do novo trecho, com o objetivo de avaliar o grau de dificuldade, os possíveis pontos de apoio e a viabilidade de implantação. Na oportunidade, também foi discutida a realização de um evento em comemoração aos três anos da rota, o que deverá acontecer em julho, em conjunto com o Festival de Inverno de Paranapiacaba.

“O Ministério do Turismo apontou em 2014 que cerca de 17,7 milhões de brasileiros viajaram pelo país motivados pelos roteiros de peregrinação. Assim como já aconteceu na região do Vale Europeu, em Santa Catarina, por exemplo, só no ano passado foi registrado um crescimento de 50% no fluxo de turistas, aumentando a arrecadação e gerando mais empregos e oportunidades no local", destacou Renato Castrezana, da Coordenadoria de Turismo de Mogi das Cruzes.

A rota do Caminho do Sal é uma parceria entre as prefeituras de Mogi das Cruzes, Santo André e São Bernardo do Campo. O roteiro possibilita aos interessados o entendimento da dinâmica dos deslocamentos durante a exploração colonial, momento de formação do atual território dos municípios envolvidos e da região do ABC. “É uma rota importante para a região, que traz não só o resgate da história destes primeiros caminhos paulistas, como também uma nova possibilidade de ecoturismo e turismo de aventura para os municípios”, disse Mateus Sartori, responsável pela Coordenadoria de Turismo da Prefeitura de Mogi das Cruzes.